Assim como ocorre com diversas outras partes do corpo, o cérebro precisa ser constantemente estimulado para poder operar da melhor maneira possível. Sendo assim, desenvolver atividades no dia a dia que exercitem o cérebro permite desenvolver qualidades como memória, foco e concentração. Não precisa ser nada muito rebuscado. Atividades simples já produzem efeitos benéficos.
Além de ser útil para te deixar munido de mais ferramentas, aprender novas habilidades ajuda a desenvolver a mente, fortalecendo as conexões do cérebro. Consequentemente, beneficia a memória e a concentração. A associação entre aprender novas habilidades e aumento da função cerebral é sustentada por estudos presentes na literatura científica [1].
Pesquisas sugerem que o uso de todos os sentidos pode fortalecer o cérebro. Ou seja, há relação entre uma abordagem multi-sensorial e o desenvolvimento cerebral. A ideia, portanto, é realizar atividades que utilizem todos os sentidos ou, ao menos, dois ou três deles, simultaneamente [2]. Por exemplo, enquanto você está em um restaurante saboreando uma refeição, tente focar ao mesmo tempo também no aroma da comida e do ambiente, nos sons e imagens ao redor, etc.
Por mais que isso possa parecer infantil, montar quebra-cabeças pode ser uma ótima forma de estimular o cérebro, memória e concentração. De acordo com estudos, esta prática ativa diversas habilidades cognitivas e atua como fator de prevenção contra deteriorações mentais que ocorrem com o envelhecimento [3]. E o melhor é que o jogo nem precisa ter uma quantidade exorbitante de peças para ser eficaz neste contexto.
Seguindo a lógica das brincadeiras, jogar cartas também pode ser uma ótima maneira de estimular a mente e treinar a concentração. Pesquisadores conduziram um estudo sobre atividades para adultos estimulantes mentalmente, o qual diz que um jogo de cartas simples e rápido é capaz de estimular o cérebro em várias regiões, melhorando a memória e a capacidade de raciocínio [4].
Na literatura científica, há, ainda, estudos relacionando os benefícios à mente com a aprendizagem de novos idiomas. Estes benefícios se estendem desde a infância até a velhice e podem ser percebidos tanto no caso de indivíduos que aprendem dois ou mais idiomas ao mesmo tempo desde os primeiros anos de vida, quanto naqueles que apenas iniciam o aprendizado de um novo idioma mais tarde em suas vidas [5].
Referências Consultadas:
[1] The Impact of Sustained Engagement on Cognitive Function in Older Adults: The Synapse Project | Denise C. Park, Jennifer Lodi-Smith, Linda Drew, Sara Haber, Andrew Hebrank, Gérard N. Bischof, Whitley Aamodt | Psychol Sci. | Janeiro de 2014
[2] A multisensory perspective of working memory | Michel Quak, Raquel Elea London, Durk Talsma | Front Hum Neurosci. | Abril de 2015
[3] Jigsaw Puzzling Taps Multiple Cognitive Abilities and Is a Potential Protective Factor for Cognitive Aging | Patrick Fissler, Olivia Caroline Küster, Daria Laptinskaya, Laura Sophia Loy, Christine A. F. von Arnim, Iris-Tatjana Kolassa | Front Aging Neurosci. | Outubro de 2018
[4] Participation in cognitively-stimulating activities is associated with brain structure and cognitive function in preclinical Alzheimer’s disease | Stephanie Schultz, Jordan Larson, Jennifer Oh, Rebecca Koscik, Maritza N. Dowling, Catherine L. Gallagher, Cynthia M. Carlsson, Howard A. Rowley, Barbara B. Bendlin, Sanjay Asthana, Bruce P. Hermann, Sterling C. Johnson, Mark Sager, Asenath LaRue, Ozioma C. Okonkwo | Brain Imaging Behav. | Dezembro de 2015
[5] The Cognitive Benefits of Being Bilingual | Viorica Marian, Anthony Shook | Cerebrum. | Outubro de 2012
LINKS:
1) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4154531/#R13
2) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4404829/
3) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6174231/
4) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4417099/
5) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3583091/